Ao tomar a decisão de ter o segundo filho muita coisa pode mudar na rotina da família. E com certeza o primogênito da casa vai perceber essas mudanças. Como a família deve proceder em relação ao primeiro filho? Algumas mudanças são imprescindíveis, como início das atividades escolares. Como agir sem deixar o sentimento de ciúme e perda tomar conta da criança?
Vamos entender o que a criança sente: até então ela era o destaque da família, consequentemente todas as atenções estavam voltadas para ela. Cada gracinha, bagunça ou palavra dita pela criança fazia a família rir e vibrar com cada conquista. Ela tem seus próprios brinquedos e um quarto só para ela. E de repente!!!! Ela pode ter que dividir tudo. Tudo mesmo. Atenção, carinho, espaço, brinquedos... Não é uma situação muito fácil, ela sente que suas atitudes que chamavam a atenção dos pais antigamente, já não atraem tanto assim.
Então, ela tenta de outras maneiras chamar a atenção para se sentir amada. Muitos casos a criança regride. Isso mesmo, a regressão nessas ocasiões é bastante comum. Querer mamadeira, fazer xixi na cama, pedir chupeta são atitudes bem comuns em crianças que já não faziam isso a tempos, querem sim imitar o bebê da casa. Afinal, se o bebê faz tudo isso e tem grande parte das atenções, ela também vai querer!
Muitas vezes essas atitudes são repreendidas pela família. Mas é importante ressaltar que a criança precisa sentir e viver esses sentimentos para que então possa superá-los. Essa é uma fase temporária, e deve ser encarada com atenção e tolerância dos adultos. É preocupante a criança que não demonstra nenhum tipo de sentimento em relação a essa nova etapa. Ela pode estar se sentindo tão ameaçada e reprimida que não consegue nem expor seus sentimentos. Fiquem atentos quanto às reações das crianças.
Dicas para passar por essa fase:
- A primeira grande dica para essa fase é: evitar grandes mudanças na época do nascimento do bebê. Isso vale para toda mudança que será necessária. Por exemplo: colocar na escola, tirar a fralda, passar do berço para a cama, trocar de quarto, etc. Tudo que deverá ser modificado na rotina da criança deve ser realizado alguns meses antes do nascimento do bebê. Essas mudanças podem gerar ainda mais insegurança e aumentar a sensação de rejeição.
-Os pais devem se esforçar um pouco para tentar dar atenção como antes. Não é fácil, a rotina está diferente, mas no fundo o que a criança quer mesmo é se sentir amada. Um olhar, uma conversa, um pouco de brincadeira juntos reforça o sentimento de que os pais o amam e gostam dele, mesmo com a chegada do bebê. Não espere que ele tenha uma atitude agressiva ou regressão para lhe dar atenção.
- Elogiar muito! Valorize os progressos da criança, assim você mostra a ela que realmente não precisa se comportar como bebê. Mostre a ele as vantagens de ser o mais velho: sabe andar, falar, ir ao banheiro, comer e fazer algumas coisas sozinho. Inclua ele nos cuidados com o bebê, delegue a criança algumas responsabilidades que ela consiga fazer, assim ela vai se sentir envolvida na nova rotina.
- Mostre ao mais velho que ele já foi um bebê. Explique a criança que ela já foi um bebê, mostre vídeos, fotos, conte como era o tempo em que ele era um bebê. Ele vai perceber que cresceu, assim como seu irmãozinho também vai crescer um dia. Ser bebê é bom, mas crescer faz parte da vida.
- Paciência, paciência e paciência. É uma fase delicada para toda a família e a palavra chave é muita paciência. Seja tolerante com seu filho. Algumas atitudes dele vão desagradar e gerar ainda mais conflitos se os adultos se exaltarem a cada mal comportamento dele. A impaciência com as atitudes da criança mais velha pode agravar ainda mais o quadro de insegurança dela. O clima em casa deve ser de harmonia e amor.
É importante a família se conscientizar que esses sentimentos tendem a diminuir. Com o tempo a criança mais velha percebe que está integrada a família, que ela faz parte dela e que não está ameaçada pelo caçula.
Para ilustrar um pouco esse tema, assista o vídeo abaixo.
Música: Irmãozinho
Artista: Palavra Cantada
Até mais...
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